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Competição e conflito


     A competição é um processo tão universal quanto a cooperação. Ela ocorre quando vários indivíduos buscam alcançar um objetivo que pode ser alcançado por todos ou pela sua maioria. Do mesmo modo que a cooperação, a competição tende a ser, na maioria das vezes, não consciente. Mas algumas formas de  competição tendem a ser muito claras para os indivíduos envolvidos nesse processo, como por exemplo, a competição profissional. Ao contrário do conflito a competição é um processo de caráter pacífico
    O conflito tende a ocorrer quando os indivíduos buscam um objetivo que pode ser alcançado por um ou poucos dentre eles, ou, ainda, quando indivíduos de grupos ou categorias sociais tem interesses ou objetivos incompatíveis entre eles. A incompatibilidade de interesses e objetivos, no entanto, não basta para desencadear o conflito. Se há um nível suficiente de satisfação no processo de troca entre categorias sociais com interesses diferentes, a cooperação tende preponderar sobre o conflito potencial. Quando porem, a satisfação de necessidades e interesses desce a níveis muito baixos nesse mesmo processo, o conflito tende a surgir, o mesmo acontecendo quando aumenta o poder de barganha a uma categoria social subalterna. Tudo leva a crer que a consciência dos interesses de classe tende a ser principalmente uma conseqüência da elevação do poder de barganha, ou da extrema depressão do nível de satisfação das necessidades nas classes sociais dominadas.
      Outro fator de inibição do conflito potencial entre categorias sociais detentoras de interesses incompatíveis é a dominação das categorias detentoras da maior participação no processo de distribuição social da riqueza e ,por conseguinte, do poder, mesmo quando é baixo o grau de satistisfação das necessidades e de interesses das categorias sociais situadas em posição inferior na hierarquia social. Ao contrario do que ocorre na competição, no conflito o comportamento de pessoas tende obviamente a ser agressivo.

Postado por: Vanusa F.Marques

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Contos de Fadas



Referencial teórico:
1-A origem dos contos de fadas: 


Cerve (2006, p.10) em sua pesquisa de conclusão de curso afirma que, falamos muito nos contos de fadas, porem pouco ou quase nada falamos como surgiram e por que surgiram. Não falamos da sua origem, de quando começaram a ser contados para as crianças. O que todo mundo sabe é que “ no tempo de minha avo eles já existiam”. E como temos o estranho hábito e comum hábito de esquecer nossas origens, eles parecem ter existido desde sempre. Portanto como e por que eles nasceram?
Desde já podemos antecipar que algo é certo; não podemos tomar o conto como algo atemporal, como se sempre desempenhasse a mesma função para um público similar, obedecendo a sentidos padronizados, enquanto histórias nasceram e morreram, os contos de fadas parecem desafiar o tempo, atravessando dezenas de séculos e várias formas de organização social, atingindo durante o seu percurso diferentes públicos
Diante dessa afirmação, corso e corso (2006, p.25) nos auxiliam na medida em que também afirmam que na sua origem não serviram a uma parcela restrita de pessoas; eles nasceram para todos. “durante séculos, faziam parte dos momentos coletivos, em que um bom contados de histórias emocionava a sua platéia, incluindo gene de todas as idades”. Com o passar do tempo essas formas de narrativas mágicas foram sendo empurradas para o domínio infantil.

De acordo com coelho (1987), os primeiros registros dos contos de fadas datam de 4.000 a.c, feitos pelos egípcios, com o “Livro Mágico”. Na seqüência, apareceram na índia, palestina (velho testamento), Grécia clássica, sendo o império romano o principal divulgador das histórias mágicas do oriente para o ocidente. A materialidade sensorial do oriente, com a luxuria da Arábia, Persa Ira e Turquia, se contrapunha a cultura dos celtas e bretões no ocidente, cheia de magia e espiritualidade.
O registro material dos contos de fadas começou no século VII, segundo coelho (1987), com a transcrição do poema épico anglo-saxão beowuulf. As fadas aparecem no século LX, no livro de escrita galessa denominado mabinogion. Nele não só surgem as fadas, como a transformação das aventuras reais que deram origem ao Ciclo Arthuriano.
No século XLL, mais precisamente em 1155, o Romance de Brut de Wace retomam as aventuras lendárias do Rei Arthur e seus cavaleiros. Neste mesmo século, os Lais de Marie de France, gênero de poema narrativo ou lírico, que continha temas das novelas de cavalaria do ciclo do Rei Arthur, divulgava a cultura céltico-bretã pelas cortes da Europa e sua ab-sorvição pelo cristianismo (coelho,1987).
                                                          
                                                          
Na Idade Média, nesse lastro pagão choca-se, funde-se ou deixou-se absorver pela nova visão de mundo gerada pelo espiritualismo cristão e, transformado, chega ao renascimento. Na era clássica, os contos, que tinham um profundo sentido de verdade humana, foram perdendo o seu verdadeiro significado e, com simples “envoltório” colorido e estranho, transformo-se nos contos maravilhosos infantis (coelho,1987 p.15).



No século XIV é que surge na Europa, segundo Bettelheim (1980), a primeira coleção de contos com motivos do folclore europeu denominado “Gesta Romanorum”, de origem persa, escrito em latim, procedendo a famosa coleção “As Mil e Uma Noites” do folclore árabe.
No século XVI, de acordo com coelho (1980), surge “Noites Prazerosas” de Straparolo e “O Conto dos Contos” de Basile.no fim deste  e início do século XVII, a fantasia, o imaginário. Nesta época destaca-se Mme.D’Aulnoy com “Contos de Fadas”, “Novos Contos de Fadas” e “ Ilustre Fadas”.
Segundo coelho (1987), no início, os contos de fadas não eram uma literatura para crianças. O início dessa transformação teria se dado com Perrult, no século XVII, na França; com os irmãos Grim no século XVIII, na Alemanha ;com Andersen no século XIX, na Dinamarca; com Walt Disney no século XX, na América. Mas para Cashdan (2000), a transformação dos contos de fadas em literatura infantil teria ocorrida no século XIX, nos países de língua inglesa, pelo trabalho de vendedores ambulantes, que viajavam por diversos povoados vendendo pequenos volumes baratos. Continham as histórias simplificadas do folclore e dos contos de fadas, sem passagens fortes , sendo de fácil leitura.

Foi com Vladimir Prropp, o estruturalista russo e um dos expoentes da narratologia, que se deu um dos primeiros estudos científicos relevantes dos contos, em 1920, conforme Pavoni (1989), a partir dos estudos  nos quais se propôs a analisar estruturalmente cem narrativa  dos contos  populares da época , chegando a conclusão de que se todas as histórias tinham a mesma seqüência de ações ou funções narrativas, e a questão de que, apesar da diversidade de temas e versões todas poderiam ter uma origem comum
            Segundo coelho (1987), Propp formulou uma estrutura básica para os contos de fadas, envolvendo início, ruptura, confronto e superação de obstáculos e perigos, restauração e desfecho, é o retorno a realidade, com a união dos opostos, iniciando o processo de crescimento e desenvolvimento.
Coelho também afirma que a fantasia básica dos contos de fadas expressa  os obstáculos ou provas  que precisam ser vencidos, como o verdadeiro ritual iniciatico, para que o herói alcance sua auto-realização,  partem de um problema vinculado a realidade  e seu desenvolvimento em busca de soluções, no plano da fantasia, com a introdução de elementos mágicos. A restauração da ordem acontece no desfecho da narrativa, quando há uma volta ao real.
De  acordo com coelho (1987) os contos de fadas tratam da  realização interior ou existencial do herói. Os contos de fadas de origem celta, na qual a etimologia da palavra vem do latim fatum, que significa destino, fatalidade. Ela caracteriza o conto de fadas.


[...] com ou sem a presença de fadas ( mas sempre com o maravilhoso), seus argumentos desenvolvem-se dentro da magia feérica ( reis, rainha, príncipes , princesas,fadas,gênios,bruxas, gigantes,anões,objetos mágicos,metamorfose,tempo e espaço fora da realidade conhecida etc.) e tem como eixo gerador uma problemática  existencial. Ou melhor  tem como realização que ,via de regra esta visceralmente ligado a união homem-mulher(coelho,1987,p.14)



Gillig (1999) chama os contos de fadas de maravilhosos pelo predomínio não de fadas, mas de situações maravilhosas nos contos. O maravilhoso, essencial para o equilíbrio da razão, é o próprio uso que fazemos do imaginário e diz respeito a magia ou intervenção divina, dividindo-se em três funções: fantasmagórica: através da realização do herói, trabalhando com sua realidade psíquica, traduz de maneira simbólica  as aspirações do homem; estética: quando é vista também como uma obra de arte , patrimônio cultural da humanidade apresentando a relação homem versos natureza e sua visão de mundo;encantamento:  referencia ao estado  de êxtase a partir da narrativa, onde se passa do cotidiano trivial para o universo do conto.




2-  A influencia dos contos de fadas no desenvolvimento infantil.

A literatura infantil e, principalmente, os contos de fadas podem ser decisivos para a formação da criança em relação a si mesma e ao mundo à sua volta. O maniqueísmo que divide as (os) personagens em boas (bons) e (ou) más, belas (belos) ou feias (feios), poderosas (poderosos) ou fracas (fracos), etc., facilita a compreensão da criança acerca de certos valores básicos da conduta humana ou convívio social.
De acordo com Chauí (1984) os contos são interessantes, porque são ambíguos. Por um lado, possuem um aspecto lúdico e libertador ao deixarem vir a tona desejos, fantasias, manifestações da sexualidade infantil, oferecendo recursos para lidar com eles no imaginário; por outro lado, possuem um aspecto pedagógico que reforça os padrões da repressão sexual  vigente, uma vez que orientam a criança para desejos apresentados como permitidos ou lícitos, narram as punições a que estão sujeitos os transgressores  e prescrevem o momento em que a sexualidade genital deve ser aceita , qual sua forma correta ou normal.


Para que uma estória realmente prenda a atenção de uma criança, deve entretê-la e despertar sua curiosidadeMas para enriquecer sua vida, deve estimular-lhe a ima Gina cão; ajudá-la a  desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas emoções; estar harmonizada com suas ansiedades e aspirações; reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, sugerir soluções para os problemas que a perturbam.(Bettelheim,1980,p.13)




Neste momento encontramos a possibilidade de estabelecer relações relevantes e fecundas entre os contos de fadas e a influencia que pode exercer na formação do psiquismo da criança. Para  Abramovich (1989), os contos de fadas estão envolvidos no maravilhoso universo da fantasia ;  partindo sempre de uma situação real, concreta, veiculando emoções que qualquer criança já viveu ou poderá vir a viver. Os contos de fadas acontecem em um lugar que é apenas esboçado, mas um lugar qualquer um pode caminhar. As intrigas conduzem-nos a uma realidade familiar, no duplo sentido do termo, realidade íntima e, ao mesmo tempo, centrada na família e em seus conflitos. Os personagens são simples e são colocados diante das situações diferentes, em que tem que buscar e encontrar respostas de importância fundamental. Deparam-se com dificuldades graves, com situações de opressão inesperadas ou injustas, a que devem reagir. Nesse sentido, os contos da fadas chamam a criança a percorrer caminhos arriscados, a vencer obstáculos, a achar uma resposta para um conflitem busca de serenidade. Em síntese, os contos de fadas a criança a cumprir o ciclo de “provação e superação de um problema” em busca de amadurecimento. Todo esse processo é vivido por meio da fantasia do imaginário, com a intervenção de entidades fantásticas.

Os contos de fadas matem uma estrutura fixa. Partem  de um problema vinculado a realidade, que desequilibra a tranqüilidade inicial. O desenvolvimento é a busca de soluções, no plano da fantasia, com a introdução de elementos mágicos. A restauração da ordem acontece no desfecho da narrativa, quando há uma revolta ao real. Valendo-se desta estrutura, os autores, de um lado, demonstram que aceitam o potencial imaginativo infantil, de outro , transmitem a criança a idéia de que ela não pode viver indefinidamente no mundo da fantasia, sendo necessário assumir o real, no momento certo(AUIAR aud Abramovich,1989,p.120)


A cada passo nos deparamos com a evidência da importância do conto de fadas na vida criança, pois “o imaginário infantil abastece-se de historias, traços de personalidade de personagens e cenários provenientes da ficção, que são utilizados conjuntamente como bonecas, carrinhos, bichos de pelúcia ou super herói de plástico” (corso e corso, 2006p.178) estes são elementos disponíveis para uma combinação que serás o instrumento de elaboração da criança.
Nesse sentido, Bettelhei tem razão quando afirma que “a criança necessita muito particularmente que lhe sejam dadas sugestões em forma simbólica sobre a forma como ela pode lidar com estas questões e crescer a salvo para a maturidade”(1980,p.14-5)
Os contos ainda influenciam no processo do desenvolvimento desenvolvimento das crianças, favorecendo o resgate de valores como, por exemplo o respeito ao ser humano.
A escola tem por finalidade ensinar os conteúdos solicitados no currículo escolar, mas também deve ter a preocupação de realizar um trabalho voltado para a construção da moralidade a partir da discussão das atitudes das crianças, preparando-as para lidar com diversas situações em seu cotidiano.
Acredita-se que, em especial na Educação Infantil, as histórias devem fazer parte da rotina do planejamento do educador, pois é recurso pedagógico fundamental que trabalhado de forma adequada, ajuda as crianças a resolverem as situações encontradas. Oliveira (1994; p.46) defende que os contos facilitam a compreensão das características humanas e a convivência social.

. 3- As diferenças entre os contos tradicionais dos contos de fadas e os contos contemporâneos apresentados na educação formal.

No conjunto da literatura infantil, com raras exceções, nenhum gênero é tão enriquecedor  e satisfatório  para a criança do que os contos de fadas . Eles tratam de sentimentos universais – anseios, temores, ressentimentos-; a partir deles o ser humano e particularmente, a criança  podem lidar com problemas interiores e aprendem a buscar e encontrar soluções para os conflitos  por intermédio da linguagem literária. Segundo Schiller, poeta alemão (séculos XVIII-XIX) há mais significado nos contos que lhe contaram durante a infância do que na verdade que a vida ensina.

Bettelheim (1980) afirma que os contos de fadas, melhor do que qualquer outra historia infantil ensina a lidar com os problemas interiores e achar soluções certas em qualquer sociedade em que se estejam inseridas. A criança, como ser participante  e atuante da sociedade, aprendera a enfrentar e aceitar sua condição desde que seus recursos interiores lhe permitam.


Para dominar os problemas psicológicos do crescimento- superar decepções narcisisticas , dilemas edípicos ,rivalidades fraternas, ser capaz de abandonar dependências infantis: obter um sentimento de individualidade e de autovalorizaçao e um sentido de obrigação moral- a criança necessita entender o que esta se passando dentro de seu inconsciente . Ela pode atingir essa compreensão, com isto a habilidade de lidar  com as coisas não através da compreensão  racional da natureza e  conteúdo de seu inconsciente, mas familiarizando-se com este através de devaneios prolongados – ruminando ,reorganizando e fantasiando sobre elementos adequados da estória em resposta a pressões inconscientes  as fantasias conscientes, o que a capacita de lidar com este conteúdo (BETTELHEIM, 1980,P. 16)


  Entretanto, é preciso que as crianças se envolvam na história, permitindo o resgate de verdadeiros significados, podendo se identificar com os personagens, a fim de compreenderem que nem sempre as pessoas e/ou situações são agradáveis. Para isso, é fundamental que o educador, pais selecionem  temas que oportunizem uma discussão moral na sala de aula, além de usar a criatividade e o interesse para realizar essa atividade.
Bettelheim (2000) assinala que as crianças, através da utilização dos contos de fadas, aprendem sobre problemas particulares dos seres humanos e sobre suas soluções. É também através deles que a herança cultural é comunicada às crianças, contribuindo para a sua educação moral.
Porem, os contos encontram muitas barreiras para atingir o seu objetivo mais completo. Segundo Bettelheim (1980), prevalece a crença dos pais que a criança deve ser exposta somente o lado agradável da vida. Devendo permanecer em sua realidade consciente e supostamente controlável, não é permitido a criança entrar em contato com sua ansiedade- que é tamanha, a ponto de não conseguir definir e nem quantificar- nem fantasias raivosas e caóticas que apresentam. E desconcertante para um pai reconhecer essas emoções no filho, por isso tende muitas vezes a passar por cima delas.
Por isso a literatura atual nega os conflitos internos e as emoções violentas originadas nos impulsos primitivos , bem como suprime passagens que exprimem esses conflitos dos principais contos de fadas.


Mas a criança esta sujeita  a sentimentos  desesperados de solidão  e isolamento, e com freqüência experimenta uma ansiedade mortal. Na maioria das vezes, ela é incapaz de expressar estes sentimentos  em palavras, ou uso pode  fazê-lo indiretamente: medo do escuro, de algum animal, ansiedade acerca do seu corpo (Betttelheim,1980,p.18).


O conto de fadas não ignora essas ansiedades e dilemas existenciais , tais como a necessidades de ser amado , o medo de não ter valor, o amor pela vida e o medo da morte, encarando-as diretamente, oferecendo soluções  de modos  que a criança aprender no seu nível de compreensão.
Bettelheim (1980) explica que, quando as histórias que as crianças escutam ou lêem são vazias, elas não tem acesso a um significado mais profundo de revelações e de experiências e não depende nada realmente significativo que possa ajudá-la nas etapas de seu desenvolvimento.
Pela correria do dia a dia os pais  não encontram mais tempo para contar estória para seu filhos, fica então a responsabilidade das escolar proporcionarem as crianças esse momento tão importante “a hora do conto”
É essencial que a escola explore todo os contos de fadas, proporcionando  preferências  nas crianças e assim possa desenvolver um trabalho produtivo e, sobretudo, ético. Para isso, o educador deve utilizar esse gênero de modo consciente, facilitando e mediando o desenvolvimento de suas crianças.
 Pesquisas como de Dias (2005) enfatizam que o trabalho com as histórias infantis destacam vários benefícios para o desenvolvimento das crianças pequenas. Como exemplos, podem ser citados: a elaboração de conceitos, a resolução de conflitos, o desenvolvimento da imaginação e criatividade, entre outros.
 A Literatura Infantil possibilita às crianças uma leitura em vários níveis: o sensorial, através dos aspectos exteriores do livro; o emocional, pelos sentimentos que a leitura provoca e o racional, pela reflexão a que conduz e pela construção do conhecimento.
Segundo Zilberman (2003, p.29), "A Literatura Infantil é levada a realizar sua função formadora, que não se confunde com uma função pedagógica. Ela dá conta de uma tarefa que está voltada toda a cultura de conhecimento do mundo e do ser”.
Ao ouvir histórias, as crianças pequenas iniciam o processo da construção da linguagem, idéias, valores e sentimentos, ajudando-as na sua formação como pessoa.
Nesta perspectiva, aponta Abramovick (2004, p.17): As histórias infantis representam importantes formas de expressão, além de contribuir na construção do desenvolvimento moral, ajudando-a a criança a conhecer o mundo e tomarem consciência dos seus próprios valores.
É fundamental que, ao contar uma história, o educador crie condições para que as crianças progridam na construção do raciocínio moral, da coordenação dos diferentes pontos de vista e do pensamento lógico, podendo valer-se da Literatura Infantil para desencadear discussões nas quais as crianças poderão rever suas opiniões e defender a sua perspectiva.
    De acordo com Kramer (2000) a pré-escola é um lugar que propicia o desenvolvimento infantil, visto que valoriza o conhecimento das crianças pequenas, a construção da autonomia, cooperação, criticidade, responsabilidade e favorece o auto conceito e, o exercício da cidadania.
O individuo se desenvolve a partir de sua interação com o ambiente, portanto é preciso que o educador e a escola se insiram para promover o desenvolvimento moral e o crescimento humano em direção à autonomia, pois é nessa primeira fase escolar que a criança necessita de uma aprendizagem de qualidade levando em conta que, até os dias de hoje os contos encantam todas as gerações. “Os tempos mudam incessantemente, porém a natureza humana permanece a mesma” (COELHO, 2000).
Este gênero é tradicionalmente usado na prática escolar, mas cabe ao educador usá-lo a fim de favorecer o desenvolvimento das crianças  na Educação Infantil. O gênero é de fácil compreensão, pois traz uma linguagem simples e direta, além de permitir a memorização das crianças por meio dos nomes dos personagens, que serão eternamente lembrados por elas, por serem nomes mágicos e outra característica é a presença de palavras mágicas que formam uma imagem visual, que aguçam a imaginação das crianças pequenas. A metamorfose das personagens, a magia, o encanto, o uso de talismãs e a força do destino são também constantes neste gênero.
            Os Contos de Fadas clássicos são os mais exuberantes e conhecidos que passam de geração para geração. Esses contos também apresentam a mesma narrativa, o herói ou heroína passam por dificuldades antes de triunfar contra o mal e até o tão esperado final feliz. Os personagens são marcados por suas qualidades físicas ou morais que são bem nítidas e facilitam a compreensão da história para as crianças.
As histórias falam de moralidade e de virtude como parte central da natureza humana, não como algo para se ter, mas para ser, a coisa mais importante que se pode ser. Através da leitura dos Contos de Fadas pode-se colocar a imaginação das crianças pequenas, em tempo e espaço indeterminados, onde há a presença das expressões do tipo: “era uma vez”, “há muito tempo”, “num certo dia” e “num lugar distante”.
Essas histórias, ainda, ajudam o educador entender o desenvolvimento da moralidade infantil, dando oportunidade para que as crianças entrem num mundo de princípios e virtudes, ajudando-as a compreender algumas qualidades essenciais à formação ética de cidadãos.
São vários os valores apresentados nessas histórias e que são necessários para a formação moral de qualquer indivíduo, ou seja, neles encontramos valores essenciais para a convivência humana. Compreende-se que não nascemos com esta visão moralista, é preciso aprendê-la. Pode-se aprender e apreciar esta visão por meio das histórias.
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Com isso, é possível visualizar que o trabalho com os Contos de Fadas pode favorecer o desenvolvimento das crianças se os professores estiverem preparados e, principalmente se o compreendem e utilizam procedimentos educativos mais adequados.
Os contos de fadas são livros eternos que encantam as crianças e podem ser apresentados de diversas maneiras, de acordo com a criatividade e disponibilidade de cada educador para realizar essa atividade. É fundamental que o educador utilize várias formas de leitura para que as crianças se envolvam com esse momento que é tão importante para seu desenvolvimento. O educador pode utilizar, além da leitura oral, as gravuras e dramatizações com fantoches.  Dependendo da faixa etária, é possível apresentar o início e o meio das histórias, deixando-as imaginarem o final. Dessa maneira, a criança estará desenvolvendo sua criatividade, despertando a curiosidade, expressando sentimentos, desenvolvendo o raciocínio e trabalhando a memória.
 O educador pode trabalhar com as histórias infantis, de maneira que as crianças ampliem sua imaginação e compreensão do mundo, tornando-se uma atividade pedagógica prazerosa, interessante, criativa e muito atraente. Para Bettlheim (1979) as histórias não devem ser jogadas de qualquer maneira para as crianças. É necessário um preparo, um contexto e, principalmente tempo para que a criança “absorva” a história.
O contar história deve ser uma atividade prática, diária e constante na sala de aula, acompanhada de algumas estratégias e técnicas para prender a atenção das crianças, fazendo com que a atividade seja bem mais proveitosa. Ainda nesse processo de contar história, existe outra característica muito importante, a conversa com as crianças antes de começar a contar, evitando as interrupções. Essa conversa não deve ser longa, só o tempo necessário para que as mesmas se predisponham a escutar a história.
Antes de tudo, é fundamental que o educador ao recontar a história ou algum trecho que não ficou claro para as crianças, não faça nenhuma mudança no enredo, por menor que seja, pois a criança pode cobrá-lo de que omitiu ou esqueceu algum detalhe..Os contos de fadas giram em torno de elementos que facilitam a imaginação e a memorização das crianças. “Era uma vez...”; fadas madrinhas; reis e rainhas; heróis, entre outros personagens com nomes ou apelidos.
"Brincando com a fantasia a criança constrói uma ponte no tempo, repetindo o passado, vivendo o presente e projetando o futuro, transitando entre o mundo inconsciente e a realidade, pois fantasia e realidades se complementam” (EMERIQUE, 2003, p. 18).

De acordo com Piffer (2008) o conto promove o desenvolvimento da criança, motivando-a a ser generosa e solidária, fazendo-a compreender que nem sempre as pessoas são boas e que nem sempre as situações são agradáveis. Por conseqüência, desperta seu senso crítico, fazendo-a refletir entre o pensar e o agir, entre o certo e o errado. 
A autora também ressalta que a essência do conto de fadas é abstrair conceitos formadores de caráter, uma vez que estabelece relação entre “bem e mal”, “certo e errado”. Seus valores são inúmeros: respeito, bondade, justiça, amizade, amor, franqueza, humildade, diferença, etc. A formação moral das crianças ocorre quando fazem uso da reflexão sobre os contos de fadas, distinguindo as atitudes das personagens e construindo as suas próprias, alicerçando sua formação moral.
Os contos de fadas apesar de apresentarem fatos do cotidiano as vezes de forma bem realista não se referem claramente ao mundo exterior, e o seu conteúdo poucas vezes se assemelha com a vida de seus ouvintes . sua natureza realista fala aos processos interiores do individuo (BETTLHEIM,1980)
Para Costa e Barganha (1989) a escola não e só responsável pela propagação de conhecimento,com  pode subsidiar a formação de cada ser humano. Os contos podem ser importante instrumento pedagógico, por ajudar no processo de simbolização, ao mesmo tempo em que alivia as pressões inconscientes. “Nessa luta pela independência , a escola desempenha um papel muito importante por ser o primeiro  ambiente que a criança encontra fora dela família os companheiros substituem seus irmãos, o professor o pai, e a professora a mãe” (JUNG,1981,P.59 apud SAIANI,2003,p.22)

4- Correlação da visão psicanalítica aos contos de fadas:

As histórias infantis sempre tiveram o poder de auxiliar as crianças a nomear e suportar conflitos básicos. Existem muitos estudos em psicanálise sobre as características que fizeram os contos de fadas atravessarem séculos mantendo intacto o seu poder de atração. Segundo os estudiosos dessa relação, como Bettelheim (1980), Corso e Corso (2006) e outros, a criança ao ler ou ouvir a história, faz um movimento de identificação com enredos, personagens  e mesmo detalhes dos contos , que fazem eco aos seus próprios dramas inconscientes, e as suas próprias tramas familiares simbólicas.entre alguns estudiosos aqui citados  talvez o mas conhecido seja o estudo de Bruno Bettelheim (1980), no qual o autor mostra, através da interpretação de vários contos, que as crianças identificam-se com as personagens , pois estas expressam ou personificam aspectos de seu dramas internos, sustentam tramas relacionados as suas fantasias.
 O próprio Freud, em 1909, quando publica romances familiares, escreve que a criança muito cedo, tentando articular uma verdade obscura e insondável, encontra o recurso do mito para dar conta do que lhe é impossível apreender. A interconexão entre psicanálise e literatura já no foi indicada também quando Freud, utiliza peças dramáticas como Édipo- Rei, de Sófocles ou  huamlet, de Shakespeare, para articular questões pertinentes ao sujeito  e a cultura , mas existem muitos outros exemplos na obra freudiana da relevância  da literatura .


Denominemos de premio de estimulo ou de prazer preliminar ao prazer desse gênero, que nos  e oferecido para possibilitar a liberação de um prazer ainda maior , provenientes de fontes psíquicas mas profundas. Em minha opinião todo prazer estético que o escritor criativo nos proporciona  e da mesma natureza desse prazer preliminar, a verdadeira satisfação que usufruímos de uma obra literária procede de uma libertação de tensões em nossas mentes(Freud,1996, V.IX, P.142).

Assim fica claro , então , que os contos em cena, através do imaginário, significantes que permitem a criança articular um saber sobre o que e a vida , a morte, o amor... um saber que rege a vida dos adultos.” Ou seja, ordenar com uma formula discursiva  o que não pode ser transmitido na definição da verdade” (Tavares, 1998,p.105). Por ora , isso explica o fascínio que certas historinhas causam nas crianças. Certamente, esse é um dos motivos pelos quais as crianças, encantadas com determinada historia pede para ouvi-la varias vezes, mas sempre da mesma maneira, afim de poder realizar o enodamento de um significante com vistas a traçar uma borda  necessária para que possam dar um posso adiante na cadeia significante.Neste sentido Mengarelli diz que:

O eu, sendo o palco das tensões conflituosas, e também o que voa, o que se deixa elevar nas aventuras nas aventuras da imaginação. O eu é imaginário. Entretanto algo atravessa e  aquilo que entra em jogo na insistência das pulsões  que fará do leitor não um sujeito . Ele pensa que Le , que ouve a história , mas em outra cena ele é que é lido, que é olhado e ouvido pelo conto. Ele é capturado, ele é contado. Implicações que se da de tal forma que não raro vemo-lo ressurgir em seus  sonhos ou pesadelos , eventualmente nas brincadeiras, assumindo vozes, expressões ações dos personagens que dele tomam conta. Podemos dizer que o leitor, ao ser capturado é falado desde o conto. Ou seja, os contos o pescam na rede de significantes na qual ele é o peixe de seu próprio lago e também o pescador  das águas da linguagem que neste ato, o banham. Ao estilo de que um significante representa um sujeito para outro significante, aqui podemos dizer que um personagem representa um sujeito para outro personagem (Mengarelliu,1998, p.68).


Anzieu (1997) diz ser importante observar que o conteúdo latente de uma obra literária  é a fantasia , o que lhe garante um alcance geral. Sua forma é que existe de mais individual e divide-se em: estilo escolha, escolha do gênero e composição.
Uma obra literária sensibiliza-nos pelo fato de ser construída em torno de um complexo. Segundo Anzieu (1997), quanto mais infantil for a literatura ou quanto mais infantil for  a narrativa, mais fantasiosa será ou parecerá. A fantasia pode ser considerada o organizador inconsciente das produções artísticas:

A fantasia é roteiro imaginário em que o sujeito esta presente e que representa, de modo mais ou menos deformado pelos processos  defensivos , a realização de um desejos, em ultima analise, de um desejo inconsciente(Laplanche, 2001, p.169)


Após muitos anos em que os contos de fadas são apurados  e recontados , segundo Bettelheim (19980), propagam-se significados manifestos e encobertos, comunicando-se com a mente da criança e do adulto, simultaneamente. Eles transmitem mensagens a mente consciente, pré-conciente, e a inconsciente. Esses contos dirigem-se ao ego em formação, dando força ao seu desenvolvimento, acalmando as pressões pré-conscientes e inconscientes, ao mesmo tempo.
Segundo a psicanálise primordial a consciência racional e consciente se desenvolve a partir do sexto ano de vida da criança “...... até ai a criança vive em mundo mágico-mitologico, no qual, ao lado de uma consciência imaginativa” (Dieckmann,1986,p.44).
Tudo que para um adulto é natural e trival, de acordo com Dieckmann (1986), inicialmente foi descoberto e percebido pela criança. Pensando nessa experiência de uma existência infantil, vê-se o quanto o significado psicológico dos contos de fadas  confirmam isso. A criança deve aprender a lidar com seus instintos e impulsos mais profundos, da natureza humana em geral, e deve afirmar seu ego contra essas forças. Inconscientes, os contos de fadas sob a forma de imagens simbólicaspossibilidades típicas e projetos, oferecem maneiras para que ela saia vitoriosa.

Se equiparmos o conto de fada a um drama dentro da alma, então todas as pessoas, ações, animais, lugares e símbolos que nele aparecem representam movimentos da alma, impulsos, atitudes, maneiras de viver e aspirar. O herói , isto e, a figura de identificação escolhida pela criança ouvinte- que tem a liberdade de se identificar com a personagem principal masculina ou feminina- ocupa então o lugar do complexo ego. A representação de uma experiência de tormentos e ate a morte, no decorrer de amadurecimento, acontece também ao herói ou heroína do conto de fadas (Dieckmann, 1986, p. 119)

O papel da literatura nessa realidade, e semelhante aquela a arte sempre exerceu através da historia: realizar a catarse dos sentimentos obturados das emoções para as quais não encontramos palavras, bem como colocar questões, problematizar a própria vida de fazer pensar. A literatura infantil é direcionada a geração, segundo a psicanálise, vem ao mudo carregando o compromisso de pagar a divida da geração anterior, a atenção sobre a literatura infantil permite que uns questionamentos éticos sejam passados as crianças sem que disso se faça uma moral explicita. Através do mundo encantado “era uma vez”, da trajetória do herói das historias contemporâneas, produz-se a identificação da criança com novas possibilidades de posicionamentos ético



Postado por: Vanusa F.Marques

   
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Saúde

“Saúde é um estado de completo bem-estar físico,mental e social e não apenas ausência de doença”
Tantas vezes citado, o conceito de saúde pela Organização Mundial de Saúde(OMS) em 1948, longe de ser realidade, simboliza um compromisso, um horizonte a ser perseguido.Remete à idéia de uma “saúde ótima”, possivelmente inatingível e utópica já que a mudança, e não a estabilidade, é predominante na vida. Saúde não é um “estado estável”, que uma vez atingido possa ser mantido.
A própria compreensão de saúde tem também alto grau de subjetividade e determinação histórica, na medida em que indivíduos e sociedades consideram ter mais ou menos saúde dependendo do movimento, do referencial e dos valores que atribuam a uma situação.
 Diversas tentativas vêm sendo feitas a fim de construir um conceito mais dinâmico, que de conta de tratar a saúde não como imagem complementar da doença e sim como construção permanente de cada individuo e da coletividade, que se expressa na luta pela ampliação do uso das potencialidades de cada pessoa e da sociedade, refletindo sua capacidade de defender a vida.
 Assumindo o conceito da OMS, nenhum ser humano ( ou população) será totalmente saudável ou totalmente doente. Ao longo da existência, vivera condições de saúde/doença, de acordo com suas potencialidades, suas condições de vida e sua interação com elas.
Alem disso, os enfoques segundo os quais a condição de saúde individual é determinada unicamente pela realidade social ou pela ação do poder publico, tanto quanto uma visão inversa, nem por isso menos determinista, que coloca como peso no indivíduo, em sua herança genética e em seu empenho pessoal, precisam ser rompidos. Interferir sobre o processo saúde/doença, está ao alcance de todos e não é uma tarefa a ser delegada, deixando ao cidadão ou à sociedade o papel de objeto de intervenção “da natureza”, do poder público, dos profissionais de saúde ou, eventualmente, de vítima do resultado de suas ações.
 Não se pode compreender ou transformar a situação de saúde de um indivíduo ou de uma coletividade sem levar em conta que ela é produzida nas relações com o meio físico, social e cultural.
 Intrincados mecanismos determinam as condições de vida das pessoas e a maneira como nascem, vivem e morrem, bem como suas vivencias em saúde e doença. Entre os inúmeros fatores determinantes da condição de saúde, incluem-se os condicionantes biológicos (idade, sexo, hereditariedade), o meio físico (que abrange condições geográficas, características da ocupação humana, fontes de água para consumo, disponibilidade e qualidade dos alimentos, condições de habitação), assim como o maio socioeconômico e cultural, que expressa os níveis de ocupação e renda, o acesso a educação formal e ao lazer, os graus de liberdade, hábitos e formas de relacionamento interpessoal, a possibilidade  de acesso aos serviços votados para a promoção e recuperação da saúde e a qualidade da atenção por eles prestada.
A promoção da saúde se faz por meio da educação, da adoção de estilos de vida saudáveis, do desenvolvimento de aptidões e capacidades individuais, da produção de um ambiente saudável.
Postado por: Vanusa F. Marques

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Homem, ser ativo, social e histórico.

    O homem vive em constante atividade desde o seu nascimento, até mesmo na sua velhice, pois mesmo assim ele ainda interage com a sociedade. É durante suas atividades que o homem se constrói, que constrói a sua identidade.
  
    Quando o homem nasce ele já encontra uma porção de normas, regras  e leis pré-estabelecidas por outros homens, estas que podem ser mudadas ou repensadas. No entanto supõe-se que quando o individuo toma consciência de si (no parar e observar tudo que esta a sua volta) não importa a idade, lugar nem momento, quando o homem toma consciência de si ele conseguiu sair da alienação que se encontra; esta que estamos todos pré- dispostos a ela e também as ideologias que sem saber estamos sempre seguindo.
    
    O homem como um ser histórico deve ser ativo, ser critico (é fundamental), querer mudar a sua historia (o que já esta pronto) e começar a escrever uma nova historia (com seus ideais), construir a sua identidade, esta que só é construída através da interação com o outro e nunca parar de atribuir novos conceitos, revisando os que já têm

    O homem quando toma consciência de que é um ser transformador e não imitador ele com certeza encontra o sentido da vida.

Todos nos somos capazes de mudar o que já esta ai.... Basta querermos!

 Postado por: Vanusa F.Marques

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Discurso da pulsão, ENSAIO SOBRE A SEXUALIDADE INFANTIL

      Quando Freud iniciou os seus trabalhos ainda não se falavam em sexualidade infantil, acreditavam que crianças não tinham sexualidade, que elas não tinham desejos e que estas buscam satisfação.


       Mas não é o desejo sexual dos adultos e sim uma construção desta, e que o ser humano vive em função sexual sua personalidade é construída em cima desta função entre o período de  0-5 anos de idade. Nessa construção a criança passa por fases e estas são: a fase oral, fase anal, fase fálica e a fase genital.

Na fase oral a criança tem como zona erógena a boca, o prazer em sugar o seio da mãe, e depois outros objetos, pois nesta região a criança conseguiu descarregar sua tensão (a fome). Na fase anal a criança sente prazer em eliminar (tanto em forma de fezes como de urina). Na fase fálica a zona erógena é o pênis (falo) e, a ausência deste causa inveja na criança do sexo feminino e o medo da castração no menino, nesta fase ocorrem o complexo de Édipo. A fase genital ocorre na puberdade onde a sexualidade estará construída, é como se houvesse uma união de todas as zonas, o adolescente já não sente prazer em regiões distintas, só se ficou fixado em alguma fase. No final da fase fálica, antes da genital, a criança passa pela latência, nesta a sua sexualidade dá uma reprimida. Dizem ser a melhor fase da criança inclusive para aprender, pois a mesma esta sem nenhum conflito interno. Na genital voltará para que haja a resolução do complexo de Édipo, e o adolescente passa a se interessar pelo sexo oposto, mas fora do ambiente familiar.


Compreensão da segunda tópica:


    Freud escreveu a segunda tópica para melhor explicar e descrever as psicoses. Na segunda tópica ele fala do id  ao invés do inconsciente, é como se o id fosse algo muito próximo do inconsciente.
     Todos nos nascemos com o id, ele é herdado e vai se construindo ao longo do tempo,  é regido pelo princípio do prazer, ou seja, vive em busca de satisfação, a partir deste surgirá o ego, o ego é estabelecido e construído pelos pais, limitando as satisfações de seus desejos, mostrando a realidade- o ego é o principio da realidade. Do ego surgirá o complexo de Édipo, quer dizer o superego, que esta ligado ao complexo de Édipo. O superego é o ideal do ego e não o real, todos os valores, moralidade são estabelecidos por ele, é ele que não deixa o id satisfazer as suas vontades. O ego fica entre os dois (id  e superego) que vivem em constante conflito, o ego tente equilibrar. Para que não haja desequilíbrio ele trabalha em conjunto e não separadamente.


 Dois mecanismos de defesa:


    O ego precisa de mecanismos de defesa para não sofrer, um deles é a projeção, a projeção é quando o individuo projeta ao outro o que é seu, como sentimento. Exemplo; uma pessoa que passa a maioria do tempo paquerando, mesmo tendo um compromisso sério com alguém, esta pessoa projeta ao outro esse seu comportamento, acusando a outra pessoa de supostas traições (na realidade é o seu superego que esta lhe incomodado) é melhor culpar o outro do que sofrer.
    O outro mecanismo de defesa é a sublimação, a sublimação é quando o individuo desvia o caminho da energia que lhe move pra algo mais aceitável socialmente, por exemplo, os agressivos que são movidos pela pulsão de morte, para não saírem por ai brigando, começam a praticar esporte onde poderão usar da força física, como os que praticam o MMA.

Postado por: Vanusa F.Marques