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Atributos desejáveis para um coordenador de grupo.

    Inicialmente, é útil esclarecer que o termo “coordenador” está aqui sendo empregado no sentido mais amplo do termo, passando por grupos especialmente organizados para alguma tarefa, até a situação mais sofisticada e complexa de um grupo terapeuta coordenando um grupo psicanalítico.
    Seguindo uma ordem mais de lembrança do que importância vale destacar os seguintes atributos como um conjunto e condições desejáveis e, para certas situações, imprescindíveis: Gostar e acreditar em grupos. É claro que qualquer atividade profissional exige que o praticante goste do que faz, caso contrário ele trabalhará com um enorme desgaste pessoal e com algum grau de prejuízo em sua tarefa. Cabe deixar bem claro que o fato de se gostar de trabalhar com grupos de modo algum exclui o fato de vir a sentir transitórias ansiedades, cansaço, descrenças, etc.

Amor às verdades. O coordenador que não possui esse atributo também terá dificuldades em fazer o necessário discernimento entre verdades, falsidades e mentiras que correm nos campos grupais. Da mesma forma, haverá um prejuízo na sua importante função de servir como um modelo de identificação, de como enfrentar as situações difíceis da vida.

Coerência. Nem sempre uma pessoa verdadeira é coerente, pois, conforme o seu estado de espírito, ou efeito de uma determinada circunstancia exterior, é possível que ele próprio se “desdiga” e modifique posições assumidas. Pequenas incoerências fazem parte da conduta de qualquer indivíduo; no entanto, a existência de incoerências sistemáticas por parte de algum educador- como são aquelas provindas de pais, professoras, etc. O mesmo raciocínio vale integralmente para a pessoa e coordenador de algum grupo, portanto, de alguma forma, ele também esta sempre exercendo certo grau de função educadora.

Senso de ética. O conceito de ética, aqui, alude ao fato de que um coordenador de grupo não tem direito de invadir o espaço mental dos outros, impondo-lhe os seus próprios valores e expectativas; pelo contrário, ele deve propiciar um alargamento do espaço interior e exterior de cada um deles, através da aquisição de um senso de liberdade de todos, desde que essa liberdade não invada a dos outros. Da mesma forma, falta com a ética o coordenador de grupo que não mantém um mínimo de sigilo daquilo que lhe foi dado em confiança, ou pelas inúmeras outras formas de faltar com respeito para com os outros.

Respeito. Este atributo tem um significado muito mais amplo e profundo do que o usualmente empregado, respeito é a capacidade de um coordenador de um grupo voltar a olhar para as pessoas com as quais ele esta em intima interação com os outros olhos, com outras perspectivas, sem a miopia repetitiva dos rótulos e papeis que desde criancinha, foram- lhes incutidos.

Paciência. Paciência deve ser entendida como uma atitude ativa, como um tempo de espera necessário para que uma determinada pessoa do grupo que reduza a sua  possível ansiedade paranóide inicial, adquirida uma confiança basal nos outros, permita-se dar uns passos rumo a um terreno desconhecido e assim por diante.

Continente. Esse atributo alude originariamente a uma capacidade que uma mãe deve possuir para poder acolher e conter as necessidades e angústias do seu filho ao mesmo tempo em que as vai compreendendo, desintoxicando, emprestando um sentido, um significado e especialmente um nome, para só então devolve-las a criança na dose e no ritmo adequado as capacidades desta.
  
A capacidade do coordenador de grupo em funcionar como continente é importante por três razoes:
1-Permite que ele possa conter fortes emoções que podem emergir no campo grupal provindas de cada um e de todos e que, por vezes, são colocadas de forma maciça e volumosa dentro de cada pessoa.
2-Possibilita que ele contenha as suas próprias angustias, como é o caso, por exemplo, de não saber o que está se passando na dinâmica do grupo, ou a existência de duvidas, de sentimentos despertados, etc.. Essa condição de reconhecer e conter as emoções negativas costuma ser denominada capacidade negativa.
3-Faz parte da capacidade de continente da mãe (ou do coordenador de um grupo).

Capacidade negativa. Esta função consiste na condição de um coordenador de grupo de conter as suas próprias angustias, que, inevitavelmente, por vezes, surgem em alguma forma e grau, de modo a que elas não invadam todo espaço em sua mente. Caso contrario, ou ele sucumbirá a uma contra- atuação ou trabalhara com um enorme desgaste.

Função de ego auxiliar. Consiste na capacidade de uma mãe exercer as capacidades do ego( perceber , pensar,conhecer , discriminar,juízo crítico,etc.). Um coordenador de um grupo deve estar atento e disponível para, durante algum tempo, emprestar as suas funções do ego as pessoas que ainda não as possuem, o que acontece comumente quando se trata de um grupo bastante regressivo.

Função de pensar. A capacidade para “pensar os pensamentos” também implica escutar os outros, assumir o próprio quinhão de responsabilidade pela natureza do sentimento que acompanha a idéia, estabelecer confrontos e correlações e, sobretudo, sentir uma liberdade para pensar.

Discriminação. Faz parte do processo de pensar é a capacidade de estabelecer uma diferenciação entre o que pertence ao próprio sujeito e o que é do outro, fantasia e realidade, interno e externo, presente e passado, o desejável e o possível o claro e o ambíguo, verdade e mentira. Para um coordenador de grupo, este atributo ganha relevância em razão de um possível jogo de intensas identificações projetivas cruzadas em todas as direções do campo grupal, o qual exige uma clara discriminação de “quem é quem”. Sob o risco do grupo cair em uma confusão de papeis e de responsabilidades.

Comunicação. O atributo de um coordenador de um grupo em saber comunicar adequadamente é particularmente importante no caso de um grupo terapia psicanalítica, pela responsabilidade que representa o conteúdo de sua atividade interpretativa  formas de linguagem não verbal.

Traços caracterológicos. Tanto melhor trabalhará um coordenador de um grupo quanto melhor ele conhecer a si próprio, os seus valores, idiossincrasia e caracterologia predominante. Dessa forma se ele for exageradamente obsessivo, vai acontecer que o coordenador terá uma absoluta intolerância a qualquer atraso, falta e coisas do gênero, criando um clima de sufoco, ou gerando uma dependência submissa. Igualmente, uma caracterologia fóbica do coordenador pode determinar que ele evite entrar em contato com determinadas situações angustiantes, e assim por diante.

Modelo de identificação. Todos os grupos, mesmo os que não são especificamente de natureza terapêutica, de uma forma ou outra, exercem uma função psicoterápica. .O grupo também propicia uma oportunidade pra que os participantes introjetem a figura do coordenador e, dessa forma, identifiquem-se com muitas características e capacidades dele.

Empatia. Empatia refere-se ao atributo do coordenador de um grupo de poder se colocar no lugar de cada um do grupo e entrar no “clima grupal”. Isso é diferente de simpatia. A empatia está muito conectada a capacidade de se poder fazer um aproveitamento útil dos sentimentos contratransferências  que estejam sendo despertados dentro do coordenador do grupo, porém, para tanto, é necessário que ele tenha condições  de distinguir entre os sentimentos que provem dos participantes daqueles que provem unicamente a ele mesmo.

Síntese e integração. A conceituação de síntese alude à capacidade de se extrair um denominador comum dentre as inúmeras comunicações provindas das pessoas do grupo e que, por vezes, aparentam ser totalmente diferentes entre si, unificando  e centralizando-as  na tarefa prioritária do grupo, quando este for operativo, ou no emergente das ansiedades inconscientes, no caso de grupo voltado ao insight. Por outro lado é a “capacidade sintética do ego” do grupo terapeuta que lhe possibilita simbolizar significações oposta aparentemente  contraditórias entre si.

   Portanto, um importante critério de crescimento mental, embora possa parecer paradoxal, é aquele que ao contrário de valorizar sobremaneira que o indivíduo esteja em condições de haver-se sozinho, a terapia grupal deve visar que, adiante de uma dificuldade maior, o sujeito possa reconhecer a sua parte frágil, permita-se angustiar-se e chorar e que se sinta capaz de solicitar  e aceitar uma ajuda dos outros.
  Os mencionados atributos comportam outras variantes, permitiriam muitas outras considerações, foram descritos em termos ideais e não devem ser levados ao pé da letra, como se fosse uma exigência intimidadora ou uma transgressora camisa de força. O que importa destacar é o fato de que o modelo das lideranças é o maior responsável pelos valores e características de um grupo, seja ele que tipo for...

Postado por: Vanusa F.Marques


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Sobrecarga de familiares de Alcoolistas


INTRODUÇÃO

Este trabalho consiste em uma revisão teórica à cerca da sobrecarga familiar no âmbito da dependência do álcool. Durante várias décadas o tratamento psiquiátrico, inclusive para o alcoolismo, foi caracterizado por longos períodos de internação e consequente afastamento do doente mental de sua família (Waidman, Jouclas e Stefanelli, 1999). Este quadro começou a mudar somente a partir de 1950, quando os serviços psiquiátricos da Europa e dos Estados Unidos iniciaram um processo de modernização com a finalidade de reduzir o número de internações em hospitais psiquiátricos, de prover um tratamento psiquiátrico com bases menos restritivas e custos mais reduzidos.
 Houve uma mudança na forma de tratar o doente mental e sua família, os serviços prestados pelos hospitais psiquiátricos, com longas internações, passaram a ser realizados pelos serviços comunitários de saúde mental, com atendimento ambulatorial e, quando necessário, períodos curtos de internação. Essa mudança foi chamada de DESINSTITUCIONALIZAÇÃO, onde prioriza a reinserção social e a promoção de qualidade de vida dos pacientes, mudando assim a concepção das famílias em relação aos usuários que contribuem para uma mudança positiva em relação ao tratamento, que até 1980 no Brasil as famílias eram radicalmente banidas do tratamento do usuário, as visitas eram proibidas e ainda eram acusados de causadores da doença.
A partir da Reforma Psiquiátrica no Brasil que esse quadro começou a mudar e as famílias começaram a fazer parte do tratamento, a contribuir com a assistência aos usuários, mas essas famílias não estavam preparadas para esse processo de Desinstitucionalização e tiveram grandes dificuldades em lidar com essa situação. Diante desse quadro, várias pesquisas têm ressaltado a importância da implementação de serviços que garantem suporte, assistência e orientação aos familiares como temos em Santarém o CAPS II AD e o Grupo AL-ANON onde no decorrer do trabalho será detalhado exatamente como a equipe trabalha com as famílias dos usuários.


 Sobrecarga de familiares de alcoolistas: uma revisão teórica

Estudos sobre a sobrecarga sentida por familiares de pacientes diagnosticados com alcoolismo não foram encontrados. Segundo Silva (2003) embora o alcoolismo seja reconhecido na área da saúde como uma doença, a saúde da família que convive com o alcoolista é geralmente ignorada, uma vez que é vista apenas como mera coadjuvante do tratamento. Segundo a autora, a assistência fundamentada num modelo que privilegia a pessoa alcoolista, esquecendo-se das outras que também sofrem ao redor, contribui, de forma decisiva, para que no futuro os próprios familiares possam se tornar pacientes deste modelo de assistência.
Um estudo realizado com as esposas de portadores da Síndrome de Dependência do Álcool apontou a presença de um alto índice de stress patológico na maioria das mulheres. A pesquisa indica que as fases de stress em que a maioria das esposas se encontrou, justifica uma preocupação, não apenas com o estado de saúde, física e psíquica dessas esposas, mas também com as repercussões do stress em todo o ambiente familiar principalmente sobre os filhos (Lima, Amazonas e Motta, 2007).
A sobrecarga é definida com as consequências negativas resultantes especificamente do papel de cuidador, que podem atingir várias dimensões da vida, como saúde, lazer, trabalho, bem-estar físico e psicológico, e seus relacionamentos (Maurin e Boyd, 1990). Por envolver consequências concretas e emocionais, o conceito de sobrecarga foi diferenciado em duas dimensões: o aspecto objetivo e o aspecto subjetivo da sobrecarga.
O aspecto objetivo se refere ás consequências negativas e observáveis resultantes do papel de cuidador de um paciente psiquiátrico. A sobrecarga subjetiva envolve a percepção ou avaliação pessoal do familiar de sua situação e seus sentimentos em relação às responsabilidades originadas da tarefa de cuidar do paciente.
Diante desse quadro, várias pesquisas têm ressaltado a importância da implementação de serviços, que garantam suporte, assistência e orientação aos familiares (Waidman et. al., 1990; Pereira e Pereira Jr., 2003; Moreno e Alencastre, 2003; Moreno e Alencastre, 2003; Yacubian e Neto, 2001; Barroso, 2006). Segundo Pereira e Pereira JR. (2003), as famílias dos pacientes demandam escuta, acolhimento e ajuda para amenizar as dificuldades encontradas no convívio com a doença mental. Informações sobre a doença e sobre o tratamento podem melhorar a estabilidade emocional dentro da família, enquanto que, a falta de orientação pode gerar conflitos entre o paciente e a dinâmica familiar, refletindo negativamente sobre o processo terapêutico, acarretando aumento da sobrecarga familiar.
A orientação dos familiares sobre os sintomas, curso e tratamento da doença é fundamental para que eles se tornem capazes de monitorar as manifestações da doença e de avaliar a eficácia da terapêutica. Somente assim, esses familiares se tornarão menos dependentes do monitoramento profissional, havendo uma diminuição dos custos e da sobrecarga, tanto para os familiares, quanto para os serviços de saúde mental (Yacubian e Neto, 2001).
Com a desintitucionalização psiquiátrica houve uma mudança na forma de tratar o doente mental e sua familia. Os serviços prestados pelos hospitais psiquiátricos, com longas internações, passaram a ser realizados pelos serviços comunitários de saúde mental, com atendimentos ambulatorial e, quando necessário, períodos curtos de internação. O tratamento oferecido por estes serviços passou a priorizar a reinserção social e a promoção da qualidade de vida dos pacientes (Bandeira, Lesage e Morissete, 1994; Bandeira, Gelinas e Lesage, 1998; Lougon, 2006).
Esses serviços são oferecidos pelo Caps II AD e AL-Anon, cujos objetivos e a troca de experiências. O AL-Anon é uma sociedade de fortalecimento de conforto e controle, já o Caps II AD trabalha com grupos de auto-ajuda e multiajuda e terapia ocupacional.
Esposas de alcoolistas relatam que sofreram agressões físicas e constantemente consideravam a separação como forma de solução do problema. Os familiares também relatam preocupação com as repercussões do alcoolismos na vida dos filhos, principalmente quando eles eram menores de idade (crianças com dificuldades na fala, de aprendizagem e relacionamento). Os filhos, por sua vez, se afastavam dos pais alcoolistas por medo e vergonha, devido a atitudes constrangedoras e imorais dos pais, como o roubo de dinheiro para o consumo de bebida.
As famílias também demonstravam pouco conhecimento sobre o alcoolismo, desconhecendo conceitos importantes para a compreensão deste problema de saúde e do seu tratamento, o que aponta para a necessidade dos serviços de saúde oferecerem maior apoio e informação para esses familiares.
Atualmente, as Políticas Públicas de diversos países em que vem avançando o processo de desintitucionalização, têm feito tentativas para garantir uma convivência saudável entre familiares e pacientes, como a criação de residências terapêuticas que proporcionam uma reaproximação gradativa entre o familiar e o paciente, e não a imposição da presença do paciente. No entanto, no Brasil ainda não existe um enfretamento desta questão (Moreno e Alencastre, 2003). Em algumas famílias a convivência com o paciente psiquiátrico é tão difícil que acaba acarretando sucessivas reinternações do paciente. Neste contexto, é inegável a sobrecarga que a volta do paciente para casa acarreta ao núcleo familiar (Moreno e Alencastre, 2003). Esta sobrecarga é ainda maior devido à falta de um apoio eficiente dos serviços de saúde mental e dos profissionais da área. Mesmo com as modificações que vêm ocorrendo na assistência psiquiátrica nas ultimas décadas, ainda são poucos os serviços de saúde mental no Brasil que, além de tratarem o doente, também oferecerem às famílias o apoio e o cuidado necessários. Na maioria das vezes, o papel destinado aos cuidadores ainda é o de agente custodial, e não de aliado do tratamento (Yacubian e Neto, 2001; Waidman et al., 1999).


REFERÊNCIAS
v  W. BILL, AA . Atinge a Maioridade, 3º ed., 1991 - São Paulo/ SP. Editora CLAAB
v  W. BILI, Os Doze Passos, 3º ed., 1999 – São Paulo/ SP. Editora CLAAB
v  Revisão Decisão, 2º ed., 2000 – Tauí/ SP. Casa Publicadora Brasileira.
v  www.abead.com.br . Acessado em 24 de novembro de 2012.
v  CAPs II AD
v  AL-NON


Andressa B. Panassollo
Érica Cardoso
Glória Fernanda
Jailly Vasconcelos
Katiane Soares
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OBSERVAÇÃO NATURALÍSTICA

O ato de observar todos nós temos, pois a curiosidade é algo natural do ser humano. Muitos observam o que querem perceber, por isso, muitos cientistas usam aparelhos complexos, para que certos erros de percepções sejam prevenidos no ato da observação, mesmo assim estamos sujeitos a interpretar as observações conforme as nossas percepções.


     A observação como método de pesquisa, se difere da observação casual do mundo. A observação naturalística é prolongada, cuidadosa e discreta, que pode gerar resultados ou, somente confirmar estereótipos já existentes. Para este tipo de observação são necessários dois observadores independentes, que verifiquem ocorrências e frequências de comportamentos manifestos  em situações  específicas e, chegam  a alguma conclusão condizente com a observação. Estes relatam como ocorre certo comportamento, mas não explicam porque o comportamento foi manifesto.  No entanto desta observação naturalística podemos obter dados que possam ser levados a uma pesquisa cientifica, que é mais rígida e controlada.

   A observação naturalística descreverá o pensamento (se manifesto) e, o comportamento dos organismos. Este é o primeiro passo para a compreensão das manifestações de comportamentos observados nas experimentações.

    Devemos ter uma observação focada, e saber que, não temos a capacidade de observar tudo ao mesmo tempo, pois temos uma atenção seletiva. A reação do participante por estar sendo observado deve, e, é um entrave na condução de qualquer tipo de pesquisa em psicologia. Por isso, é melhor fazer observações em animais do que em humanos, onde a observação naturalística servirá de base para que certos comportamentos sejam comprovados em laboratórios.


Postado por: Vanusa F. Marques

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A INTERPRETAÇAO DOS SONHOS



       A interpretação dos sonhos é sem dúvida, um dos livros mais importantes deste século e Freud de certa maneira vislumbrou esse fato ao exigir que a primeira edição viesse datada com o novo século, apesar de estar pronta desde 1899. “A interpretação dos sonhos” escreve Freud “é a vida real que leva ao conhecimento das atividades inconsciente da mente”. Também é o melhor caminho para o estudo da neurose. Os sonhos não são apenas a via privilegiada de acesso ao inconsciente, eles são também o ponto de articulação entre o normal e o patológico, os sonhos não são absurdos mas possuem um sentido e são realizações de desejos. Enquanto fenômenos psíquicos, os sonhos são produções  e comunicações da pessoa que sonha. 
      O que é interpretado pelo psicanalista não é o sonho, mas o seu relato, o pressuposto de Freud é que a pessoa que sonha sabe o significado do seu sonho, apenas não sabe que sabe, e isso ocorre porque a censura a impede de saber. O  sonho se inscreve em dois registros: o que corresponde ao sonho lembrado o contado pela pessoa, e outro oculto, inconsciente, que pretendemos atingir pela interpretação. Ao material do primeiro, Freud chama conteúdo manifesto do sonho, e ao do segundo dá o nome de pensamentos oníricos latentes. Encontrar o sentido de um sonho é percorrer o caminho que nos leva do conteúdo manifesto aos pensamentos latentes, e o procedimento que nos permite isso é a interpretação. 
        O trabalho de interpretação é realizado ao nível de linguagem e não ao nível de imagem oníricas recordadas pelo paciente. Para Freud, a questão do sentido do sonho prende-se aos vários elementos oníricos que funcionam como significante e que, uma vez estruturados, fornecerão o sentido do sonho. Para Freud, a linguagem é o lugar do ocultamento. O sentido que se apreende oculta outro sentido mais importante, e essa importância serão tanto maior quanto maior for à articulação entre a linguagem e o desejo. A psicanálise vai buscar exatamente a verdade do desejo, e esse desejo é o da nossa infância com toda a carga de interdições a que é submetido. O sonho manifesto assim como os sintomas, são o efeito de uma distorção que Freud dá o nome de “elaboração onírica” ou “trabalho do sonho”. Freud aponta quatro mecanismos fundamentais do trabalho do sonho: condensação, deslocamento, figuração e elaboração secundária. O sentido do sonho nunca se esgota numa única interpretação, e por isso que todo sonho é sobredeterminado.  A sobredetrminação do sonho não é decorrente da elaboração onírica, mas um produto da própria cultura. Assim, não somente a linguagem verbal, mas a cultura na sua totalidade, incluindo ritos, as instituições, os costumes etc., são considerados formas simbólicas. A existência desses símbolos foi-lhe sugerida pelo fato de certos desejos ou certos conflitos eram representados no sonho de forma semelhante, independente do sonhador. 
      A esses sonhos Freud chamou de “sonhos típicos”. Esses sonhos (e não apenas eles) lançam mão de símbolos já existentes e presentes no inconsciente de cada indivíduo. Encontramos esses símbolos não apenas nos sonhos, mas na arte, nos mitos, na religião, e nas características básica é a relação da constância entre o símbolo e o simbolizado, relação esta que pode ser de forma, de função, e ritmo etc. Freud chama esses símbolos “elementos mudos” do sonho, pois sobre eles o paciente é incapaz de fornecer associações. A existência desses símbolos nos faz com que sejam exigidas duas formas distintas de interpretação: uma que faz uso das associações fornecidas pelo paciente, não existe nesse caso código geral ou universal o código é privado e outra que se exerce diretamente sobre os símbolos, a interpretação nesse caso depende do conhecimento que o interprete possui dos símbolos e não das associações fornecidas. Apesar de os símbolos serem empregados nos sonhos serem muitos numerosos, aos campos os quais se refere uma representação simbólica são relativamente reduzidos. O corpo humano, os pais, os filhos, o nascimento e a morte, a nudez e a sexualidade, são campos privilegiados pelo simbolismo onírico.

Postado por: Vanusa F. Marques
      
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Documentário DNA a promessa e o preço.

   Diante do documentário, DNA:  A promessa e preço, foram escolhidos dois pontos a serem discutidos pelas acadêmicas que cursavam o segundo semestre do curso de psicologia.  Não é surpresa que a visão que se teve do documentário foi totalmente voltada para o campo psicológico.

   Nota-se que a sociedade estabeleceu padrões físicos de perfeição e beleza que variam dentro de cada cultura. Os ambientes sociais estabelecem categorias de pessoas que podem ser encontradas neles e as rotinas de relações sociais  em ambientes estabelecidos que logo permitem um relacionamento com diferentes pessoas sem atributos físicos que chamem atenção, consequentemente é natural que os pais desejem ter filhos perfeitos para que possam ser exibidos à sociedade, mas esse padrão pré-estabelecido não deve ser usado como desculpa para que futuros pais façam o uso da evolução e inovação da genética, que através de técnicas descobrem qualquer tipo de “imperfeição”nos genes e escolhem se descartam ou não o que viria a ser um feto.

    O “imperfeito” não se restringe somente às anomalias, mas também ao genótipo do mesmo. Será mesmo que,uma Mulher que tem em seu ventre um feto que apresenta uma anomalia no momento do diagnóstico perde todo o amor que já tinha, por algo que já faz parte do seu próprio corpo? Alguns relatos  dizem que sim.Mas a aparente perda de afeto, que muitas dizem perder não seria a conseqüência de padrões de beleza e perfeição que estas querem seguir? Por medo da exclusão social as mulheres preferiam descartar os seus filhos.


    Como conseqüência da busca pela perfeição que o homem vive, a genética busca através de experimentos descobrir onde ocorreram a falhas do gene, ao descobrir , tenta-se reverter a situação, tentando assim curar algumas doenças genéticas. O homem que serve de cobaia esta vulnerável, e quase morrendo não se preocupa com a probabilidade de acertos ou erros, pois seria a sua única saída, correr esse risco depende unicamente do indivíduo que passa por essa situação. Para o nosso alívio quanto a essas questões temos a Bioética que executa muito bem o seu trabalho.


   Os dois pontos se fundem em um único ponto, a “perfeição” e uma coisa é certa, a vida é meta do ser humano e não tem como fugir. Desde o seu concebimento este se desenvolve, nasce, cresce reproduz e morre, é algo natural, é claro que usufrui-se muito das descobertas cientificas, mas será que é realmente o amor a vida que se descobri, ou é para mostrar que a ciência tem um total controle sobre a vida?

Ainda existem muitas perguntas sem respostas para que se chegue a uma conclusão acabada.

 Postado por: Vanusa F. Marques  e Erica  Cardoso


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Conhecer e amar as suas potencialidades.

“Em cada homem há reservas de generosidade e heroísmo, mas por falta de novas oportunidades, por falta de terreno favorável, os homens voltarão a dormir sem ter acreditado na própria grandeza”.

Exupéry, em Terra dos homens.


A partir de um conhecimento mais profundo de mim mesmo, terei melhores condições de comunhão com os outros.
Sou alguém, aberto para a vida e para o futuro.
Sou alguém, cheio de potencialidades, normalmente, porém adormecidas e pouco valorizadas.
No entanto, elas existem. Estão ao alcance de minhas mãos. E preciso apenas descobri-las e dinamizá-las.

Conhecendo-me com maior profundidade, terei encontrado a chave para a solução dos meus próprios problemas e os problemas dos outros.
Interação, cultivo grupal, entre-ajuda......tudo adquirirá novas dimensões a partir do cultivo pessoal, da amorização de minhas próprias capacidades vitais.

Experimente gostar, de verdade dos inúmeros dons que a vida lhe deu!
Experimente gostar de si mesmo ( do jeito como você é) amando com simplicidade de coração, tudo o que de positivo e negativo existe em você.
Você é capaz de fazer maravilhas, se acreditar suficientemente nas possibilidades de realização que a vida lhe oferece
Você conhecerá a felicidade e a paz.
Conhecerá uma vida mais calma e serena.
Conhecerá a alegria de se autoconduzir, pelos verdadeiros caminhos da liberdade.

AME A VIDA QUE PULSA EM VOCÊ!
Ame o sorriso que brilha em seu rosto!
Ame o olhar que contempla a luz!
Ame o seu corpo que é obra de Deus!
Ame seu espírito que é imortal e infinito!
Ame essas mãos que se estendem ao amigo!
Ame esses braços que abraçam o irmão!
Ame essa voz que lhes fala de amor!
Ame a você!

Pois somente você é maior que o universo todo, e vale mais apena que todas as coisas reunidas.
Cante agora e sempre, um hino de amor à vida, e a alegria brilhará em seus olhos.



Postado por: Vanusa F.Marques

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A importância da autoestima

A

 Os dramas da nossa vida são reflexos  das visões mais íntimas que temos de nós mesmos. Assim , a autoestima é a chave para o sucesso ou para o fracasso. E também a chave para entendermos a nós e aos outros. De todos os julgamentos que fazemos, nenhum é tão importante quanto o que fazemos sobre nós mesmos. A autoestima positiva é requisito importante para uma vida satisfatória.Vamos entender o que é autoestima. Ela tem dois componentes: o sentimento de competência  pessoal e o sentimento de valor pessoal. Em outras palavras, a autoestima é a soma da autoconfiança com o respeito. Ele reflete o julgamento implícito da nossa capacidade de lidar com os desafios da vida ( entender e dominar os problemas) e o direito de ser feliz( respeitar e defender os próprios interesses e necessidades).Ter uma autoestima elevada é sentir-se confiante adequado à , isto é, competente e merecedor, no sentido que acabei de citar.A capacidade de desenvolver uma autoconfiança e um auto-respeito saudáveis é inerente à nossa natureza, pois a capacidade de pensar é a fonte básica da nossa competência, e o fato de que estamos vivos é a fonte básica do nosso direito de lutar pela felicidade.Entretanto, a autoestima  é sempre uma questão de grau. Não conheço ninguém que seja totalmente carente de autoestima positiva, nem que seja incapaz de desenvolver autoestima.Desenvolver autoestima é desenvolver a convicção de que somos capazes de viver e somos merecedores da felicidade e, portanto, capazes de enfrentar a vida com mais confiança, boa vontade e otimismo, que nos ajudam a atingir nossas metas e a sentirmo-nos realizados.Desenvolver a autoestima é expandir nossa capacidade de ser feliz.Quanto maior a nossa autoestima, mas bem equipados estaremos para lidar com as nossas adversidades da vida.Quanto maior a nossa autoestima, mais alegria teremos pelo simples fato de ser, de despertar pelo manhã, de viver dentro dos nossos próprios corpos. São essas as recompensas que a nossa auto-confiança e o nosso auto-respeito nos oferecem.


POSTADO POR: VANUSA F. MARQUES
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Franco Basaglia

Franco Basaglia, um importante psiquiatra


Esta pesquisa tem como fonte dois artigos científicos, que tiveram como objetivo principal destacar o pensamento basagliano na área da saúde mental, fazendo uma retomada da estória do movimento antimaniconial ocorrida na Itália e a visita de Franco Basaglia ao Brasil no ano de 1979. Com esta breve pesquisa bibliográfica tem-se a oportunidade de conhecer melhor quem foi Basaglia e qual a sua contribuição para a luta antimaniconial
Franco Basaglia, foi um importante psiquiatra italiano, que contribuiu para a melhoria dos cuidados em Saúde Mental. A partir de seu trabalho em Gorizia e Trieste, dois grandes hospitais psiquiátricos da Itália.
 De acordo com Oliveira (2011) a influência italiana no processo de Reforma Psiquiátrica do nosso país é um tema que provoca certa inquietação por ser sempre lembrado, mas tão pouco aprofundado. A visita de Franco Basaglia ao Brasil é sempre referida como um marco na história da reforma brasileira, porém, pouco tem sido explorado, pela literatura, no que diz respeito aos conceitos e saberes que emergiram a partir do trabalho de Basaglia.
         O movimento de luta antimanicomial da Itália iniciou-se na década de 1960, porém foi denominado como Psiquiatria Democrática somente em 1973.   A Psiquiatria Democrática tinha como líder Franco Basaglia, este e seus companheiros de luta e trabalho iniciaram as mudanças na assistência psiquiátrica italiana através de duas experiências bastante expressivas na história do movimento: as experiências nos hospitais psiquiátricos de Gorizia e Trieste,( Oliveira 2012).
Basaglia fez grandes mudanças no hospital de gorizia, para isso três fatores nortearam seu trabalho estas foram: a luta contra a institucionalização, ou seja, a desconstrução dos hospitais psiquiátricos; a luta contra a tecnificação, quer dizer, não permitir que a loucura fosse apropriada por outros saberes científicos que justificassem novas formas de intervenção sobre a doença, passando, desta forma, a cultivar a preocupação pelo doente e; a construção de uma relação de contrato social com o doente, substituindo as antigas formas tutelares de interposição, típicas das instituições asilares.
Com isso um novo olhar surge sobre a loucura indo contra os pensamentos da época, agora o lugar de destaque era o sujeito não mais a doença. Tal proposta possibilitaria enfrentar a dialética da doença mental causado pela institucionalização
do sujeito: é a face institucional da doença mental, construída tomando-se por base a negação da subjetividade do louco, da negação da identidade. Com tantas mudanças, o manicômio de Gorizia se transformou em uma comunidade terapêutica, porém, Basaglia e sua equipe perceberam que era necessário bem mais do que fora feito no hospital: era preciso fechar o hospital e devolver a liberdade aos pacientes, inserindo-os novamente à sociedade (Oliveira, 2012). Somente a mudança no hospital não era o que deveria ser feito, era necessário o seu fechamento, para que fosse devolvida a liberdade aos internos.   Para que essa liberdade fosse possível, esses pacientes deveriam retornar à sociedade, à cidade. Mas, o ideal de liberdade do projeto de desinstitucionalização de Basaglia não se concretizou em Gorizia. Apesar de a experiência de Gorizia ter sido a porta de entrada do processo de desinstitucionalização, os “gorizianos” não conseguiram concretizar nesse hospital psiquiátrico o tão almejado fechamento do manicômio. A concretização desse ideal só foi possível na cidade de Trieste, situada a nordeste da Itália.
A experiência triestina iniciou-se em 1970 com a entrada de Basaglia no hospital psiquiátrico da cidade e com a retomada do projeto de desinstitucionalização que abria espaço para que pudesse surgir a invenção de novas estruturas assistenciais e terapêuticas em saúde mental que substituíam o hospital psiquiátrico. Também foi construído em Trieste, à medida que o processo de desativação do manicômio acontecia, centros de saúde territoriais, que exerciam a função básica de apoio aos pacientes, familiares e comunidade. Surgem cooperativas de trabalho que criam possibilidades de “trabalho real” para os pacientes, isso devido às críticas que Basaglia tinha sobre as práticas da ergoterapia (trabalhos simples). Dessa maneira, aos poucos o manicômio de Trieste foi sendo “destruído”. Esse processo contava com a participação dos internos, familiares, profissionais, estudantes, artistas, comunidade. O fechamento definitivo do manicômio de Trieste ocorreu em 1977.
Após o fechamento do manicômio triestino, Franco Basaglia realiza uma visita ao Brasil em 1978, mesmo ano que ocorreu a aprovação da Lei 180 (lei da reforma psiquiátrica italiana), para participar do I Simpósio Internacional de Psicanálise, Grupos e Instituições na cidade do Rio de Janeiro. Retornou ao Brasil em 1979, para a realização de conferências e visitas aos manicômios no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, (Oliveira, 2012).  
A experiência italiana de Reforma Psiquiátrica proporcionou importantes contribuições no início da reforma brasileira e ainda pode contribuir nos tempos atuais. Franco Basaglia teve a coragem de questionar as verdades científicas do seu tempo e é justamente isso que não se pode perder e nem deixar que fique no passado. Deve-se continuar questionando o que estamos pensando e fazendo atualmente na saúde mental. A luta antimanicomial e a Reforma Psiquiátrica brasileira são processos que estão em constante construção. Ainda existem muitos obstáculos a enfrentar e barreiras para transpor, pois ainda existem manicômios no Brasil. O manicômio é entendido pela luta antimanicomial como lugar que fomenta a exclusão, a marginalização, a opressão, as desigualdades, a intolerância, o silenciamento do sujeito e da loucura. A extinção dos manicômios enquanto lugar físico será a superação de uma etapa tão almejada pelo movimento antimanicomial, mas não será o fim de sua luta, e, por isso muitos devem ser os questionamentos e reflexões a respeito do que se pensa sobre a loucura e acerca das práticas e saberes psiquiátricos na contemporaneidade.  
    Dessa maneira, é relevante abrir um leque de possibilidades de maiores investigações a respeito dos desafios em saúde mental na atualidade.   O pensamento de Franco Basaglia é de grande importância para o trabalho que se desenvolve nos dias de hoje. Profissionais da saúde de todo o mundo estão descobrindo novas possibilidades de cuidado e entendimento sobre o transtorno mental. Em outras palavras, significa que Basaglia não apenas iniciou a ressignificação epistemológica da loucura como também preparou o terreno para reconstruirmos os aparatos técnicos dos cuidados em Saúde Mental. Sabemos, hoje, que a loucura não é sinônimo de improdutividade.
         Com isso é inegável a importância de Franco Basiglaia, de fato, foi ele quem iniciou a desconstrução daquela psiquiatria tutelar, substituindo-a pela psiquiatria reformada que busca, através do cuidado dedicado ao doente, restaurar a sua liberdade. Sem essa busca de liberdade, hoje não seria possível lutarmos pela empregabilidade das pessoas com transtornos mentais; mesmo com o nosso esforço seria inútil. Se, em pleno século XXI, ainda é difícil vencer certas barreiras culturais para realizarmos este processo de inclusão social, certamente esse trabalho seria impossível se não fosse pela obra e pelas idéias de homens como Franco Basaglia.Isso nos mostra que muito ainda se tem que fazer, o primeiro passo já foi dado a caminhada depende de nós.


 Referencias:
Oliveira, Carla Luiza. O pensamento de Basaglia na área de Saúde Mental. Disponível em: WWW.encontro2011.abrapso.org.br. Acesso em: 22 de setembro de 2012.

Campos, Gastão Wagner de Souza. A clínica do sujeito: Por uma clínica reformulada e ampliada. Disponível em: www.gastaowagner.com.br. Acesso em: 22 de setembro de 2012.

Postado por: Vanusa Ferreira Marques 

 


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COMPREENSÃO DA TÉCNICA PSICANALÍTICA



 No desenvolvimento da personalidade do homem, o mesmo revela uma série de intermináveis conflitos e acordos psíquicos. Freud fez algumas recomendações, aos que pretendem trabalhar e compreender os conflitos existentes entre, o id e o superego. Para este trabalho são recomendados, o método da associação livre e o procedimento da transferência. Onde o principal objetivo das mesmas é, liberar materiais inconscientes antes inacessíveis, de modo que a repressão foi muito bem executada.


Durante a associação livre o paciente permite que o analista desligue a sua cadeia significante, pois o paciente discursa sem perceber o real significado de suas palavras, não as pontua, então, o analista ira ajudá-lo a pontuar o seu discurso; observar se o mesmo foge de certos assuntos e porque foge. Para que isso ocorra, o analista deve ativar a sua memória inconsciente, pois não é impossível memorizar tudo que o paciente fala, no entanto, como o analista trabalha também com o seu próprio inconsciente, é de suma importância que o mesmo faça análise, ou seja, que conheça o seu inconsciente.

Durante o discurso do paciente, o analista deve manter o seu suposto saber hipotético, ser somente o reflexo do desejo do paciente e, esperar até que ocorra a transferência. Ser o reflexo, é deixar de ser, esse deixar de ser, envolve um grande preço, a valorização desse trabalho; “não somos”, quer preço maior? No entanto ninguém deixa de ser de graça.

Quando ocorre a transferência, o paciente repete atitudes, idéias passadas e, que só mudaram de sujeito. Com isso o analista irá pontuar o seu discurso, para que o próprio analisado dê um significado ao seu significante, e, permitir que o mesmo se manifeste, dando um real sentido ao seu discurso.

O nome do pai é o início das respostas do paciente, onde o analista irá interpretar, pois a análise trás a tona o recalcado ou, a suposta ausência......Uma vez que o paciente consegue  fazer ligações com a ajuda do analista, de coisas que antes achava não lembrar, pode se dizer que o mesmo jamais o tinha esquecido.

O paciente começa a trabalhar para sua própria cura, numa  seqüência  de repetições, recordações e elaborações das mesmas, ele monta o seu próprio quebra-cabeça, sem intromissão do analista, pois o analista só propicia a cura, quem trabalha mesmo é o paciente.



 Bibliografia: Obras completas de Sigmund Freud,Vol.XII. Testos: Recomendações aos médicos que exercem psicanálise; Sobre o início do tratamento; e, Recordar, Repetir e Elaborar


  Postado por Vanusa Ferreira Marques